A meditação é uma ótima forma de autoconhecimento, podemos observar o movimento de nossa mente em camada profundas, observamos nossos hábitos, tendências, anseios e desejos, mas sozinhos em isolamento não podemos nos conhecer completamente.
É somente através do relacionamento com o outro que nos conhecemos por completo, porque o outro desperta em nós nossas inseguranças, nossos medos, o outro mexe na nossa ferida, nos questiona e nos põem a prova. Precisamos do outro para conhecermos a nós mesmos, como um espelho, o outro reflete aquilo que somos.
O mais profundo autoconhecimento é a capacidade de observarmos a nós mesmo no relacionamento com o outro, é preciso de grande sensibilidade para observar o movimento reativo de nossa mente, de imediato, no instante em que o outro o desperta.
Ver a si mesmo durante a ação e estar cônscio de suas reações internas nos permite agirmos corretamente, não segundo um padrão pré estabelecido no qual nos determinamos em agir de uma maneira específica, mas desenvolvendo a capacidade e o livre arbítrio para escolhermos nossas ações de momento a momento.
Estabelecer um padrão de conduta e segui-lo rigorosamente, por mais nobre que isso possa parecer, não vai nos ajudar no relacionamento com o outro, não existem fórmulas prontas de como devemos agir porque cada situação exige uma nova compreensão.
Regras de conduta ou de moralidade podem servir como um mapa ilustrativo, mas não exibem toda a sensibilidade necessária para nos relacionarmos com o outro. O relacionamento é um mistério que precisa ser desvendado de momento a momento por aqueles que estão dispostos a aproveitar essa oportunidade para conhecerem a si mesmos.
André Oliveira é coordenador do Yogazen no Brasil, leciona em Porto Alegre
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