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domingo, 29 de março de 2015

O consumismo e o vazio existencial

Já se perguntaram por que consumimos tanto? Porque consumimos mais do que precisamos? Sejam produtos básicos como alimentos, roupas e água ou entretenimento como bebida, shows, festas, etc. Será que esse consumismo exagerado tem alguma relação com o estado de vazio existencial de que as pessoas sofrem?

Terá o nosso sentimento de insatisfação, tristeza, insegurança e vazio interior alguma relação com o fato de que consumimos demais? Talvez o nosso consumismo exagerado seja uma forma compensar as nossas carências psicológicas.

Provavelmente a causa desse consumismo desenfreado esteja no fato de que estamos insatisfeitos com a vida em um nível mais profundo. Essa insatisfação faz com que busquemos suprir nossas necessidades através do consumo exagerado de objetos materiais, seja comida e roupa ou entretenimento.

Assim nossa mente é capturada pelos objetos dos sentidos e precisamos consumir constantemente para nos sentirmos bem, como uma droga que precisa ser aplicada regularmente, o consumo traz prazer, esse prazer supre até certo ponto nossas carências emocionais.

O fato é que precisamos estar sempre consumindo para nos sentirmos emocionalmente apaziguados e ainda assim essa satisfação só dura por um breve momento, existe também uma resistência em largar a mordomia e a comodidade que o modo de vida consumista oferece.

Através do consumo obsessivo estamos sempre nos esquivando de nossa insatisfação interior, o consumo torna-se uma forma de fuga, assim mantemos nossa mente ocupada com seus brinquedos, livros, filmes, novelas, etc. ao invés de investigarmos a causa mais profunda dessa insatisfação.

Em última instância, a causa desse vazio existencial é a falta de autoconhecimento. Sem autoconhecimento permanecemos identificados com os padrões de nossa mente, levamos uma vida sem sentido e, portanto, sentimos uma constante insatisfação e vazio interior, que por sua vez nos leva ao consumismo desenfreado.

O autoconhecimento vem através da auto-observação: observar a si mesmo sem avaliação ou condenação e do auto-estudo: investigar e compreender o porquê de sua insatisfação e vazio existencial. É preciso praticar meditação, que é autoconhecimento, para promover ordem interior, quando interiormente estamos em ordem estamos em perfeito equilíbrio com as nossas reais necessidades de consumo.


Professor André Oliveira é o coordenador da Formação Livre em Meditação no Centro de Yoga na Montanha Encantada, Garopaba, SC. E estará ministrando o curso Introdução à Meditação em Porto Alegre, RS.






segunda-feira, 23 de março de 2015

Respirar diante de um conflito pode modificar o padrão de comportamento?

Já perceberam como a respiração está fortemente ligada a emoção que nós estamos vivendo no momento? Já notaram a forma como nós respiramos quando ficamos impacientes, ou ansiosos, ou irritados? E como nós respiramos profundamente quando estamos relaxados, confortáveis ou vislumbrados?

É interessante notar como o ritmo respiratório é diretamente afetado pela emoção que estamos sentindo, será que o inverso também é verdadeiro? Será que mantendo a respiração lenta e profunda, podemos nos manter calmos e tranquilos? Mesmo diante de um conflito?

Já perceberam que quando estamos doentes a respiração fica difícil, debilitada e fraca e quando estamos saudáveis respiramos prolongadamente? Será que exercitando a respiração ao ponto dela se manter sempre ampla e equilibrada poderemos evitar as doenças?

Já repararam que na maior parte do tempo não percebemos nossa respiração? Nem sequer sentimos que o corpo está respirando, nos esquecemos completamente de sua presença. Porque estamos tão afastados da respiração que nos é tão próxima? Porque damos tão pouca importância à respiração?

Quais seriam os resultados se trabalhássemos para melhorar a respiração? Que tipo de mudança isso causaria em nós? Já refletiram sobre o que seríamos capazes de realizar se nossa respiração fosse sempre plena e completa?

Se durante um conflito fossemos capazes de respirar profunda e pausadamente, como seria nossa resposta diante do desafio? Reagiríamos da mesma forma usual ou responderíamos de uma forma mais comedida e ponderada?

Se fossemos capazes de respirar conscientemente de forma equilibrada e profunda durante nosso dia-a-dia isso poderia modificar radicalmente nosso padrão de comportamento, evitaria uma série de atitudes reativas e impulsivas e tornaria as nossas ações e os nossos relacionamentos muito mais saudáveis e conscientes.


Professor André Oliveira faz parte do corpo docente do Instituto Yoga Integrativa na Montanha Encantada em SC, onde trabalha anualmente na Formação de Professores de Yoga Integrativa e coordena a Formação Livre em Meditação.



quarta-feira, 18 de março de 2015

É possível viver sem dor?

Porque o corpo sente dor? Porque o corpo fica doente? Porque o corpo envelhece? É possível viver sem absolutamente nenhuma dor no corpo, é possível evitar completamente as doenças? Ou será que a dor e a doença são inevitáveis?

É possível ter saúde plena sem depender de médico, fisioterapeuta, educador físico ou professor de yoga?

Não estou dizendo que você deva abandonar seu médico, ou abandonar suas práticas de yoga, também não estou dizendo que isso tudo é possível ou impossível, apenas quero manter a mente aberta para investigar essas questões, sem tirar nenhuma conclusão precipitada.

Já refletiram se podemos viver sem envelhecer? Não o envelhecimento da pele, ou do cabelo, isso seria tolice! Mas viver com o mesmo vigor, energia, saúde e vitalidade de um jovem? Sem perder o ânimo pela vida e pelo movimento?

Porque aceitamos isso com tanta naturalidade, como se fosse normal ficarmos doentes 1 ou 2 vezes por ano, tomarmos remédios alopáticos, fazermos cirurgias. Porque aceitamos a doença a dor ou a velhice como algo inevitável?

Poucas pessoas estão realmente investigando seriamente essa questão, para fazer essa investigação não basta apenas especular ou racionalizar sobre o tema. Tem que praticar, tem que fazer por si mesmo.

Quantos já pararam para escutar o próprio corpo, entrar em contato com as sensações físicas, dialogar com elas? Porque quando estamos realmente em contato profundo com nosso corpo talvez sejamos capazes de perceber uma doença antes que ela surja.

Talvez seja possível manter-se saudável por si mesmo, sem precisar de nenhum profissional do corpo. Se não tentarmos estaremos simplesmente aceitando o fato de que a dor e doença são inevitáveis.


É fundamental ouvir nosso próprio corpo, sentir nosso corpo, compreender nosso próprio corpo, sem compreender o seu próprio corpo as pessoas fazem todos os tipos de exercícios físicos: musculação, esportes, ginástica, yoga.

E dessa forma acabam mais se prejudicando do que se ajudando, a prova disso é o enorme número de lesões e contraturas musculares que as pessoas sofrem.

Nosso corpo é uma máquina maravilhosa, mas ao mesmo tempo é muito sensível, pode se machucar facilmente.

Nós queremos saúde, mas abusamos do nosso corpo: ingerindo veneno (agrotóxicos), comendo animais mortos, se empanturrando de todo o tipo de porcaria, que contradição!

Para satisfazermos os nossos desejos ultrapassamos os nossos limites, machucamos nosso corpo: dormindo pouco, nos esforçamos demais.

Devemos estudar nosso corpo, entrar em contato com cada dor, com cada sensação, ouvir cada sinal que o corpo nos envia, isso é autoconhecimento.

Porque sem compreender as nossas dores, as nossas tensões musculares não somos capazes de nos autocuidar e do nos autocurar.

Devemos ter consciência do que estamos fazendo com nosso corpo, pois este é o nosso único veiculo para circularmos pela Terra


André Oliveira é coordenador do Yogazen em Porto Alegre, onde ministra aulas de Yoga e Meditação a mais de dez anos, professor docente no Instituto Yoga Integrativa no Centro de Yoga da Montanha Encantada.