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terça-feira, 22 de setembro de 2015

O que busca o praticante de Yoga?

Aqueles que procuram uma aula de Yoga é porque estão buscando algo mais do que apenas uma atividade física, talvez essas pessoas estejam procurando equilíbrio emocional ou um pouco de tranquilidade em suas mentes agitadas ou podem estar procurando paz de espírito.

Yoga não é meramente uma atividade física, tampouco é uma religião, yoga é um caminho de aprendizado, autoconhecimento e desenvolvimento interior, algumas pessoas podem entender isso como um caminho espiritual ou não, são apenas definições.

Lógico que esse aprendizado pode se dar através do corpo, através da prática das posturas (ásanas) aprendemos a escutar o próprio corpo, ouvir o que o corpo está pedindo, mantendo-se presente e consciente em sua postura e estando em conexão com os princípios básicos de alinhamento.

Mas o praticante de yoga busca algo mais do que apenas trabalhar o corpo, ele quer entender a si mesmo em um nível mais profundo e desenvolver seu potencial como Ser humano, o praticante de yoga se cansou de viver na rotina do dia a dia, um viver com pouco significado.

O Praticante de yoga visa à própria liberdade final (kaivalya), pois existe uma prisão sem grades que acorrenta todos nós, uma prisão invisível, esta prisão está em nossa mente (chitta), são os nossos padrões e hábitos que condicionam nosso comportamento.

Para libertar-se dessa prisão o praticante de yoga precisa adquirir a sabedoria (prajña), pois as pessoas vivem em um estado de ignorância (avidya), ignorância é dito como “confundir o transitório com o permanente”.

Observe quanto tempo do seu dia você gasta com coisas que são transitórias e que não te levam a lugar nenhum, quantas horas você passa em atividades efêmeras que não te acrescentam nada, quantos hábitos sem sentido você cultiva em sua rotina diária, lembre-se que os hábitos com o tempo se tornam vícios.

A prática do yoga desenvolve discernimento (viveka) que é entendido como “a capacidade de reconhecer o eterno em relação ao passageiro”, e o autoconhecimento (svavidya), isso nos possibilita a capacidade de observar a si mesmo e reconhecer em si os próprios padrões.

Yoga é a prática do autoestudo (svadhyaya), suas técnicas nos auxiliam a compreender melhor nossa mente, pois é nela que residem os nossos condicionamentos (vrittis) e os nossos hábitos, assim precisamos conhecer os mecanismos da mente, entender como ela funciona.

Yoga é a estabilidade (nirodha) da mente, suas práticas meditativas apaziguam a agitação dentro da mente, aquietando o movimento dos pensamentos, proporcionando clareza mental (prakshachitta), e possibilitando a libertação dos vários hábitos e vícios que possuímos, que são como verdadeiras prisões que consomem nossa mente e nosso tão precioso tempo.

O Praticante de yoga deve aprender a utilizar corretamente o seu tempo, com coisas que sejam significativas e não efêmeras, e estar sempre no tempo certo, que é o tempo presente, por isso Yoga foi definido como “habilidade na ação” (yogah karmasu kaushalam, Gita2.50), pois requer que estejamos inteiros e presentes em cada ação.

André Oliveira: professor docente pelo Instituto Yoga Integrativa no centro de yoga da Montanha Encantada em SC; coordenador da Formação Livre em Meditação, já formou mais de 30 professores de meditação e auxiliou na formação de mais de 100 professores de yoga; coordenador do Yogazen em Porto Alegre onde ministra aulas regulares de yoga e meditação desde 2004;

Estará coordenando um curso de Introdução à Meditação dia 03 de Outubro de 2015 em Porto Alegre, saiba mais:




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