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terça-feira, 23 de novembro de 2010
Interpretando livremente sri Yantra
A mandala nos conta uma história e transmite um ensinamento, através da simbologia de seu desenho é possível ler a mandala como você lê um livro, no livro podemos interpretar as letras vendo nas letras palavras e nas palavras encontrando significados, a mandala tem um significado e pode ser lido.
Em uma visão mais ampla a mandala representa os ciclos da vida, ela é o movimento da vida, o nascer do dia e da noite. Toda a vida acontece em ciclos, temos os ciclos dos dias, dos meses, anos, o ciclo de uma vida e da gestação, os ciclos lunares e estelares. Seu ensinamento nos lembra que devemos viver um ciclo de cada vez com consciência, finalizar os velhos ciclos e reconhecer quando acaba, hora de "partir para outra".
A palavra yantra refere-se a um símbolo de meditação e pode ser utilizado em nossa prática. Quando olhamos, pintamos, colorimos e desenhamos um yantra entramos em contato com a impermanência de todos os ciclos da vida, tudo esta fadado a ter um começo e um fim, tudo é passageiro, por isso a importância de estar presente com mente atenta em cada momento.
Monges budistas desenham mandalas em areia e após semanas construindo o yantra a desmancham em um só gesto para demonstrar a natureza impermanente de todas as coisas.
A simbologia básica do sri yantra começa com um quadrado dentro de um círculo: o quadrado representa aquilo que tem forma e por isso é ilimitado; o circulo representa o que é ilimitado e não tem começo nem fim.
O círculo, o ilimitado, reside dentro do quadrado, o limitado para demonstrar que o infinito, nossa essência vital que é ilimitada e imortal reside dentro do corpo físico, temporário e mortal.
O quadrado externo possui 4 linhas que representa os 4 Lokas, ou dimenções: o plano causal que é o mundo que vivemos; o plano bioenergético, a esfera das energias sutis; o plano atmico, morada das energias conscientes; plano Búdico, residência dos seres perfeitos.
O circulo central possui 5 linhas que representam a forma como o infinito se manifesta no mundo, são os nossos 5 corpos (5 koshas): físico, bioenergético, emocional, mental e espiritual.
Na simbologia das cores temos o violeta, que representa a transmutação e o Azul que simboliza a libertação. Transmutar nosso modo de vida para que o nosso viver expresse livremente nossa essência.
No interior do yantra temos o triangulo, que sozinho representa as 3 etapas dentro dos ciclos: criação, sustentação e destruição. Vemos esses 3 ciclos em nossos projetos: o momento de criação quando temos novas idéias; o momento de sustentação, quando colocamos em prática nosso empreendimento; e o momento da destruição, quando partimos para um novo projeto.
Temos 5 triângulos voltados para baixo, representa os 5 jñanendriyas ou órgão dos sentidos: tato, olfato, paladar, visão e audição. São 5 formas de entrarmos em contato com o mundo a nossa volta.
São 3 triângulos voltados para cima, representando os 3 estados da natureza (3 gunas): rajas, agitação; Tamas, inércia; Sattwa, equilíbrio. São energias que podemos utilizar em nosso benefício para completarmos os nossos ciclos.
Na conexão de todos os triângulos somam 52 pequenos triângulos, cada um com um significado específico, infelizmente vamos abrir mão de explicarmos o significado de cada um, caso contrário esse texto seria interminavelmente longo.
Finalmente ao centro da mandala encontramos o ponto central, o representa o logos, a unidade, a totalidade, a plenitude. No universo tudo esta interligado, o computador na sua frente só existe porque teve uma pessoa que criou cada uma de suas peças e montou no lugar, nesse sentido cada uma dessas pessoas foi fundamental para a existência do seu computador e podemos dizer que coexistem com ele.
No centro da mandala todas as coisas estão interconectadas, representa a essência de tudo, nesse ponto central encontramos a união e a realidade.
O sri yantra não é um símbolo de proteção, é muito mais do que isso é um ensinamento, é esse conhecimento que vai nos proteger das ilusões de nossas mentes.
André Oliveira é coordenador do yogazen em Porto Alegre.
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