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terça-feira, 17 de julho de 2012

Os Seis Mudras de Buddha


As mãos comunicam tanto quanto as palavras e os surdos se comunicam somente com elas, Mudras são símbolos repletos de significados executados com as mãos e podem nos contar inúmeras histórias, um conjunto de seis mudras podem nos contar a história da iluminação e da vida de Buda.

Os contos populares dizem que Sidharta após ter vagado por seis anos procurando a libertação do sofrimento humano escolheu uma árvore e sentou-se encostado nela, posteriormente foi batizada de árvore do conhecimento, ou árvore Bodhi, ele sentou-se com as mãos postas em Dhyana mudra (1) o gesto da meditação e disse que dali não sairia até alcançar a iluminação, deixou de lado tudo o que aprendera sobre meditação e buscou olhar profundamente para cada evento dentro da mente, então ele percebeu a realidade de todas as coisas, percebeu que tudo era efêmero, que todas as coisas são passageiras, ele percebeu que tudo existe de uma forma interdependente com o resto, nada existe separadamente.

Contam as histórias que ao saber que Sidharta entrava prestes a atingir a libertação final, O demônio Mara, a personificação do mal, lançou suas tentações: primeiro ele mandou suas filhas, as mulheres mais lindas que já existiram, Sidharta olhou para elas e viu que eram vazias, pois a beleza física é passageira e não havia nada de duradouro naquelas mulheres.

Depois Mara ofereceu a Sidharta o controle do mundo, ele tampouco deu importância; Mara disse que ninguém ia entender a mensagem de Buda, nesse momento ele realmente ficou em dúvida, mas foi a compaixão que fez com que ele ainda assim tentasse compartilhar o caminho da libertação.

Finalmente Mara disse que como o ensinamento de Buda não era desse mundo ele não tinha o direito de estar ali, ele não poderia viver no planeta Terra, foi então que Buda, agora totalmente liberto, tocou com a sua mão direita o chão em Bhumiparsha mudra (2) e pediu que a terra fosse a sua testemunha, foi aí que a entidade do planeta Terra levantou-se e disse que pelas muitas vidas que Sidharta tinha vivido ajudou muita gente e tinha o direito de estar ali.

Constam nos textos que Buda  levantou-se e foi procurar seus antigos companheiros de meditação para passar-lhes o caminho da libertação, foi a primeira palestra de Buda para seus cinco primeiros discípulos, ao proferir seus ensinamentos ele manteve suas mãos em Dharma-chakra mudra (3), literalmente significa girar a roda dos ensinamentos, é o gesto da eloquência.

Com o passar dos anos Buda ficou conhecido e pessoas de todas as regiões vinham vê-lo, as vezes ele dava palestras para mais de quinhentas pessoas, nessas ocasiões ele mantinha a suas mãos em Vitarka mudra (4) o gesto da convição, pois o conhecimento de Buda não vinha da especulação, raciocínio ou lógica, era proveniente da experiência direta.

Ele recebia inúmeras pessoas das mais diversas etnias, tradições e religiões, mas por todos ele nutria a semente da compaixão, ele não julgava ou condenava ninguém apenas oferecia sua compreensão, ele manifestava isso ao manter sua mão direita em Varada mudra (5) o gestão da compaixão.

Por muitos o Buda histórico, Sidharta Gautama, ficou conhecido como o Buda da medicina, porque ele era considerado como um médico da alma, pessoas com problemas vinham procurá-lo e só de saberem que estavam nas mãos de Buda já ficavam mais tranqüilos, ele mantinha suas mão em Abhaya Mudra (6) o gesto que afasta o medo, ou o gesto da proteção.

Baseado no livro: Mudra a mão como símbolo do cosmos, de Rudiger Dhalke

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